Tuesday, April 10, 2007

"Os Grandes Portugueses...e Desiquilibrados"

Meu querido António de Oliveira Salazar:


Parabéns! Onde quer que estejas, acredita que estou profundamente orgulhoso com o teu trabalho. Trabalho este que te foi finalmente reconhecido, no programa "Os Grandes Portugueses". És dos meus súbditos mais fiéis, e acredito que se não tivesse sido a Revolução dos Cravos (aquela paneleirice), Portugal ainda podia ter chegado mais longe e nos dias que correm podia ser considerado como a praia de Espanha da tortura, chacina e opressão. Tantos agentes da PIDE que poderiam ter sido ainda mais felizes. Tantas torturas que ficaram por fazer. Tantas eleições imparciais que podiam ter sido ganhas com grande vantagem sobre adversários inexistentes. Tantos soldados que podiam ter sido mortos em África. Enfim, é este o reconhecimento que nos dão quando tentamos fazer algo em prol da Humanidade/Raça Ariana. Derivado a existirem pessoas, preocupadas com a.... liberdade ou lá o que é, como é que se pode levar para a frente um país liderado pelo totalitarismo?! É por causa de pessoas como estas que Portugal nunca há-de chegar a lado nenhum.
Felizmente começa-se a ver alguma coisa e foi com agrado que vi 41% de Portugal a votar com sensatez. É com grande alegria que vejo no horizonte quaisquer poeira fascista e de violação dos… ai! Como é que é?! Ah! Direitos Humanos. Está provado. À tua pessoa e trabalho, fez-se agora homenagem e justiça. Quanto ao meu trabalho, que outrora foi travado por aqueles paneleiros dos americanos, está agora a ser copiado quase a papel químico, adivinha por quem. É isso! Por aqueles paneleiros dos americanos. Ficaram com inveja dos meus feitos e agora, passado mais de meio século, tentam fazer aquilo que eu fiz: aquela ideia gira de matar milhares e milhares de pessoas inocentes. Mas falta-lhes aquilo que também te faltou a ti, meu caro Salazar: o amor à camisola! A tal chacina por raças diferentes da nossa. Isso sim é que foi uma ideia gira! Sim senhor, Salazar, foste senhor de ideias muito giras e foste um grande ditador. Torturaste e mataste muitas pessoas por pronunciarem palavras malditas, como “liberdade” ou “paz”, muito bem, há que louvar. Mas tanto oprimias pessoas com olhos verdes ou castanhos. Tanto mandavas abater a tiro pessoas com barba ou sem barba. Foi esse o teu problema. O mesmo se está a passar com o nosso grande amigo Bush. Entrou naquele espírito, da morte e genocídio, sim senhor, mas é um genocídio encoberto e com questões económicas por detrás. Falta um bocadinho de descaramento - coisa que já melhorou um pouco - e falta também o gosto pelo mandar matar pelo puro gozo. Aquele matar na desportiva, sem interesse pela vitória, sem a preocupação com a derrota. O que interessa é participar! Se eu não soubesse que o Bush andava a derramar sangue por causa do petróleo, até começava a passar a ver todos os dias emissões televisivas acerca da invasão do Iraque, onde se vem casos engraçados de ataques bombistas ou bombardeamentos sobre civis. Mas desta forma, perde muita piada. Claro que não é por causa de alguns milhões de barris de petróleo que Bush deixa de ser uma pessoa que vai ficar no meu coração. Tenho pena que os paneleiros dos americanos tenham morto um grande amigo que era o Saddam. Foi uma pessoa de grande carácter e obra feita que se perdeu, e cujo contributo de tortura e fuzilamento viu o seu fim.
Amigo Salazar, só nos resta esperar que outros países sigam o exemplo de Portugal. Alguns dos nossos amigos, continuam a ser vistos como pessoas sem escrúpulos. Esperemos que a Espanha, a Itália, a China, o Iraque ou os EUA sigam o exemplo da RTP e façam um programa do género “Os Grandes Portugueses”. Temos amigos vistos como bárbaros ou monstros, cuja imagem podia de facto, ser limpa: Franco, Mussolini, Mao-Tsé-Tung, Saddam e agora o amigo Bush.
Salazar, meu grande compincha, espero que esta carta te encontre bem de saúde e onde quer que estejas, desejo-te que não estejas num sítio que faça tanto calor como aqui e que haja tantas pessoas sem serem altas, loiras, de olhos azuis a chatearem. Quanto ao calor ainda posso tomar um belo de um duche, sem aquela preocupação de saírem gases tóxicos do chuveiro. Agora, quanto ao resto, só me resta calar e esperar que se cansem de mandar fruta podre. Lugar terrível, este.
Caro colega, pensando já na impossibilidade de não poderes responder a esta carta, pois aquela queda da cadeira, pode-te ter impossibilitado de escrever, combino aqui um lugar onde possamos tomar umas loiras e comer uns amendoins. Vai ter ao bar “Mein Kampf É Que Rula”. Paro lá bastantes vezes. Talvez possamos discutir umas estratégias para formar aqui um pequeno exército de Hooligans ingleses. Vêm-se cá muito.

Um abraço deste teu grande mestre e agora, admirador: Adolf

PS: O Álvaro Cunhal também era um adversário à altura.

Monday, April 09, 2007

Merdas, Parte II

Derivado de questões politicamente incorrectas, que ao atravessar mentes mais conservadoras, levando ao seu consequente despotismo relacional, que aquando confrontados com tais leviandades, proferidas por quaisquer apologista de um desmedido totalitarismo, são levados a demonstrar a sua faceta mais crua e ao consequente desvanecimento daquela que havia sido, outrora, a imagem de uma apologia pela liberdade... Foda-se! Já chega, pá!

Era espetá-los num pau, com fogo por baixo...

- Boa tarde! Tem clips?
- Não. De momento, não. Mas tenho daqueles elasticozinhos...
- Ah, ok! Deixe estar. Boa tarde!