Monday, September 08, 2008

Festas do caralho


Dois meses parado, para agora arrancar em beleza. Qualidade antes que qualidade, como dizem os brasileiros, é pena eu não ver qualidade nesta frase.


Vou ser franco, não sei como começar. No espaço de 5 horas passaram-se tantas coisas ridículas e caricatas, que, devido à sua abundância exacerbada perdi o fio condutor que se dá pelo nome de ordem cronológica. Portanto, vai tudo ao molho, foda-se!

Vamos começar por um rapaz de um certo conjunto pimba. Este rapaz, que, supostamente é técnico de luzes, encontrava-se na sua saga de gozar com a inocência musical de rapazes mais jovens que ele. Portanto, estes rapazes chamaram-me. O técnico de luzes pergunta-me, então: “Conheces Vibe?”, ao que eu respondo: “É o Dj, não é? Pah, conheço, mas não curto”. Então, ele, das duas, uma: ou gosta muito do Vibe e ficou desiludido ou estava à espera que eu não conhecesse, pois apressou-se a retorquir: “Então curtes o quê?”. Eu respondo: “Pah, estou mais ligado ao Metal”. Agora vem a parte gira, pois ele replicou: “És metaleiro?”, ao que se sucedeu uma data de risos por parte dos jovens com quem ele gozava há segundos atrás. O porquê eu não sei, mas suponho que eles nunca tenham ouvido tal palavra na vida, pois passaram a noite toda a perguntar a altos berros ao técnico de luzes se ele era metaleiro. Foi bonito.

Continuando com a parte ligada ao técnico de luzes… Eis que ele chama uma das bailarinas do conjunto para a apresentar a um jovem meu colega. Ela, na sua boa vontade, veio a ele. Quando viu para o que se tratava, apressou-se a dizer “Ah, tenho que ir “cumuer”!” Agora, estou na dúvida: será pior a desculpa ou a forma como ela foi dita? Ou haver quem pague para ter gajas gordas e de bigode em cima de um palco a dançar?

Seguindo em frente (boa redundância!), os finos passaram a ser à borla. Isto é fantástico por duas razões: não se gasta dinheiro e dá para deitar muito no chão (uma razão leva à outra, portanto é só uma, vá). E vocês perguntam: “Então, mas, que caralho, para que foi que deitaste cerveja no chão, palhaço?”. Pá, não fui eu, foi o Julien. Mas porquê, não sei. Eu dei-lhe o copo para a mão e passado um segundo ele já o tinha atirado. Coisas que não se vêem assim muito amiúde.

Mais coisas… não me estou a lembrar de nada. Ah, as bailarinas são aquilo que nos States se chama de “sluts”. Ah, boa, lembrei-me de outra coisa: encontraram um membro do conjunto no chão atrás do palco. Isto não é motivo de chacota, mas os amigos dele são. Quando o rapaz disse que tinha bronquite, eu disse: “Pá, vão buscar a bomba de ar ao homem!”, ao que um desses amigos gritou: “Enquanto eu estiver aqui, ninguém lhe dá medicamentos”. A reflectir. Depois, também houve tiradas muito boas de quem se gaba de ter um curso de primeiros socorros, do estilo: “Foram os tremoços. Deixem-o estar virado para o lado esquerdo, não lhe mexam até chegar o apoio dos bombeiros, é o procedimento adequado.” Também foi caricato quando os bombeiros estiveram 10 minutos a tentar meter a maca na ambulância, pois parece que não encaixava. Também achei estranho o facto de os colegas de banda não saberem da condição do rapaz, podiam-se prevenir certas coisas, que, se formos a ver, não são agradáveis.

Esta também é muito gira: quando encontro um colega que já não via há mais de um ano, ele diz-me isto (ainda estou um bocado abalado): “Então? Oh... Os anos parece que não passam por ti, estás cada vez mais novo!”. Senti-me revigorado, mas, pensei melhor e disse-lhe: “Oh meu, isto não é uma conversa que deveríamos ter daqui a 50 anos?”. Ele respondeu apenas que sim. Foi porreiro. Nos próximos 50 anos não espero que me tornem a dizer uma destas. Estudos indicam que é muito raro acontecer este tipo de conversa antes dos 50 anos, o que, se virmos bem, é quase tão agradável de saber como o estudo que indica que, a partir dos 50 anos, ganha-se a mania de usar o casaco por cima das costas, sem estar vestido.

Mais coisas, tirando garotas de 14 anos a pedir cigarros… Foi giro também ter que dizer “pois, não há emprego” de cinco em cinco minutos, mal encontrava alguém que já não via há um tempito.

Também foi agradável o irmão do Johhny ter dado uma tareia a um garoto maior que ele… era um miúdo adiposo. Espero que ele não leia isto, que qualquer dia vinga-se e chama-me magro ou assim uma coisa violenta.

No final desta sequência de cenas burlescas, ainda ganhei duas t-shirts, que já não serviam ao “Ma Friend”, por isso acho que valeu a pena. Além disso, fico contente por hoje não ter acordado com sangue de galinha na roupa, pois ele queria ir matar uma para comer.

Calha bem, às vezes.

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