Tuesday, July 11, 2006

Procuro Dono! A derrota do cepticismo

O cão é um animal irracional. Ou eu estou 100% certo e isto é verdade ou algo de extremamente revolucionário está a acontecer no Reino Animal.

Eu que pensava que os cães não sabiam ler, não sabiam escrever, isto é, não possuíam quaisquer habilitações literárias e que além do mais, não possuíam telemóvel e que o facto de não terem dedos oponíveis era um entrave à sua total actuação na sociedade, vejo-me na obrigação de rever todas estas, até agora, verdades absolutas.

E isto porque o número de cartazes que incluem uma fotografia de um espécime canino ao centro, a expressão "Procuro Dono" ao cimo e um ou mais números de telefone e/ou telemóveis ao fundo encontra-se em crescente aumento.

Perante isto, encontro-me numa fase de exacerbada e necessária especulação e formulação de hipóteses, com vista à obtenção de uma explicação lógica deste facto.

Se os cães sabem ler e escrever e possuem capacidades lógicas de raciocínio e não só um mero instinto, mesmo sem terem frequentado a escola, como é que isto se tornou possível? Deu-se-lhes uma mutação nos genes? Talvez. Aprenderam com os progenitores? Não me parece, porque no tempo dos pais, eram os donos que procuravam os animais domésticos e não o contrário (como se sucede actualmente). Começaram a perseguir crianças de 5/6 anos, justamente com o intuito de lhes sacarem alguns doces e por obra do destino estas iam no seu trajecto para a escola, levando estes animais a esperar por elas à porta do edifício escolar? Para passar o tempo começaram a ouvir a matéria? Hipótese mais viável, julgo eu.

Outra, a fotografia deles presente no centro dos cartazes. Como? Como é que estes possuem poder de compra para possuir uma máquina fotográfica, se coitados têm que vir a salivar à nossa beira para lhe darmos um simples osso? E mais, eles não têm bolsos. Onde seria que eles guardariam tanto o dinheiro, como a máquina fotográfica? E será que o vendedor venderia uma máquina fotográfica a um cão que não possuía qualquer documento identificativo?

Vá, imaginemos que roubavam um cartão de crédito a qualquer transeunte, que por acaso trazia consigo um papel com o respectivo PIN. Poderiam muito bem entrar num cyber-café e fazer a encomenda através da Internet. Depois como tirariam a fotografia? Que eu saiba os cães não possuem dedos oponíveis para manusear a dita máquina. Vamos supor que com muito sacrifício e várias tentativas conseguiriam activar o temporizador e conseguiriam tirar por fim, a foto. Ultrapassada esta barreira, encontra-se outro ponto intrigante. O número de telefone e/ou telemóvel.

Eu julgo que a PT não instala linhas telefónicas em casotas de cães, o que é de facto um pouco discriminante. De quem será, então o número que eles põem? Talvez de uma cabine telefónica. Estando os cães à espera da tão ansiada chamada, eis que, imaginemos, o telefone toca. Na remota possibilidade da chamada não ser atendida por uma prostituta ou um taxista, como era que os cães chegariam ao telefone? Como segurariam o auscultador, sabendo de antemão que não possuem dedos oponíveis? E como conseguiriam comunicar com o possível dono se eles não sabem falar? Mesmo que soubessem falar, com certeza não seria Português, quanto mais seria castelhano.
Eu tenho uma cadela há 10 anos e ela nunca falou comigo. Nunca me pediu para aumentar o volume para poder ouvir as barbaridades ditas pelos comentadores da TVI. Primeiro, porque o volume está sempre elevado nos jogos, segundo, porque os comentadores da TVI não dizem barbaridades, aliás, só dizem barbaridades. Em 10 anos nunca me disse para a levar ao Algarve num fim-de-semana. Primeiro porque eu não tenho carta, segundo, porque no Algarve não podem entrar cães, devido ao perigo que estes representam para os ingleses (bifes).

Resumindo, a minha cadela nunca me disse nada, fosse em que língua fosse (talvez até já tenha dito em caninês), mas eu desconfio que se ela falasse o que me dizia era qualquer coisa do género: “Coça-me as costas que eu não chego lá” ou “Para que é que sempre que me vês bates com a mão na perna, a olhar para mim e a assobiar, ó pacóvio?” ou mesmo “manda uma mensagem a fulano por mim porque eu não tenho dedos oponíveis e vejo-me grega para escrever no telemóvel”.

Que os cães consigam ultrapassar o obstáculo da cabine telefónica e que consigam comunicar com o possível dono, ainda dá para acreditar. Então porque é que eles metem o número de telemóvel nos cartazes? Primeiro, não têm poder de compra para ter um, segundo, porque não têm bolsos e terceiro, porque não têm dedos oponíveis para atender a chamada.
Por último, tendo os cães ultrapassado todas as barreiras físicas, psicológicas e de valores sociais (o caninês é mal aceite em Portugal, pelas elites), como é que eles fariam a montagem de todos os elementos (texto e foto) dos cartazes? Teriam dinheiro para pagar a impressão? O dono/empregado da tipografia iria fazer o serviço de impressão aos cães, sabendo que ao fazê-lo a clientes sem dados, dá direito a despedimento?

Em suma, se os cães possuem todas estas grandes capacidades, o único grande obstáculo que se prende com a sua integração na sociedade é o facto de não possuírem então, dedos oponíveis. Com o progresso tecnológico e médico que se faz sentir, não será difícil de toda implantar próteses em todos os cães do Mundo, que possuam espirito de iniciativa e sacrifício.

Através do método cientifico eu cheguei à conclusão que tudo isto é possível. Ainda assim, há certas pessoas (muito poucas), que afirmam que estes cartazes são feitos por humanos que pretendem dar ou vender os seus cães. Pessoas ignorantes que não descobriram o poder dos cães, esses novos actores transnacionais.

Elevem-se cães do Mundo e podemos acabar com a fome no Mundo!, ou assim uma coisa gira.

1 comment:

Anonymous said...

fonix! onde e k este gajo vai buscar estas merdas? ker dizer, as pessoas que afirmam serem elas proprias a afixar os tais cartazes...estupidos.
Obrigado rapaz, por nos mostrar as capacidadades caninas!lol
Fica!